Militares: exemplos históricos na América Latina

CHILE

Desde sua independência teve uma ditadura/governo militar, a de 1973-90, de Pinochet.
Antes do golpe militar, Salvador Allende, moderado e pacifista, acreditava na imparcialidade do exército chileno para conter a crise política – os carabineros de fato nunca haviam intervido na política chilena. Nos últimos meses de governo, Allende nomeou vários ministros militares e adotou a política desastrosa de desarmar os trabalhadores que o apoiavam. O massacre estava montado.

COSTA RICA

Considerada a maior experiência democrática da América Latina. Lá os governos democráticos se sucedem desde 1890. Em 1917, houve um golpe militar que durou apenas dois anos. Em 1948, após uma breve guerra civil, o país foi o primeiro no mundo a abolir o Exército.

BOLIVIA

Passou por sucessivos golpes militares (e civis) desde sua independência.
O regime “anticomunista” do general Hugo Banzer (1971-78) foi o mais violento e aliciou o narcotráfico para reprimir camponeses e indígenas.
O último general a governar a Bolívia, Luis Garcia Meza (1980 a 82), era diretamente ligado ao narcotráfico. Sua polícia política teve consultoria direta do ex-agente da Gestapo, Klaus Barbie.

VENEZUELA

Desde a independência até 1945, apenas militares governaram o país, seja em ditaduras ou em governos “eleitos”.
O presidente Rômulo Bitencourt (1959 a 64) foi o primeiro civil a conseguir terminar um mandato no país.
Hoje possui um governo com forte apoio e participação das forças armadas.

ARGENTINA

Era uma democracia estável até que ocorreram seis golpes militares no século XX. O primeiro, em 1930, deu início à derrocada econômica que levou um país com ótimos índices de desenvolvimento humano a uma permanente crise (até hoje não superada).
O último golpe argentino (1976-83), do General Videla, deixou cerca de 30 mil assassinados e desaparecidos e 500 crianças sequestradas – bebês e crianças pequenas de famílias “subversivas” eliminadas eram passadas a famílias conservadoras (qualquer semelhança com O Conto da Aia, de Margaret Atwood, não é coincidência).

MAIS LONGAS

AMÉRICA CENTRAL E CARIBE

Exceto na Costa Rica, as ditaduras foram regra desde o início do século XX. Os interesses norte-americanos levaram a golpes militares e civis pró-EUA em Honduras, Guatemala e El Salvador e também a ocupações diretas na Nicarágua e na República Dominicana, em Honduras, Haiti e Cuba.
Foi dessas experiências que se cunhou o termo “república das bananas”, porque eram estados sem qualquer independência e a serviço das cias. bananeiras estadunidenses, como a United Fruit.
Já no contexto da guerra contra o comunismo, os EUA apoiaram ditaduras militares em Honduras, El Salvador, Haiti e República Dominicana. Trujillo, ditador dominicano, era um mafioso inserido no Exército por apoio dos EUA.
Em 1986, Honduras teve a primeira transição de poder sem intervenção militar de toda a sua história.

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