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Itabira: a disputa entre o coração e o capital

Fui a Itabira. Precisava ver com meus olhos o que os olhos do meu poeta preferido viam. Visitei lugares do passado e da infância de Carlos Drummond de Andrade . Mas o principal foi que entendi seu coração (de aço) despedaçado pela mineração. Em Itabira fica bem nítido o poder do capitalismo exploratório quando está determinado a fazer algo. É com empáfia, petulância, que ele se apresenta ali, nas rochas cruas e escavadas, nas montanhas tristes e estranhas rodeando a cidade. São as minas e barragens que margeiam o perímetro urbano. No centro histórico, a moldura de fundo dos casarios centenários são os taludes – aqueles declives retos, simétricos, sem graça e beleza, que só o homem pode fazer. De qualquer lugar que se olhe, a depredação mal disfarçada está ali, como uma lição do capital para nós. Itabira foi a primeira vítima da mineração moderna, em escala industrial, em Minas. A primeira cidade a ser completamente descaracterizada e modificada pela atividade. Começou com a inglesa Ita

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