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Militares: exemplos históricos no Brasil
- Dois anos após proclamar a República, Marechal Deodoro da Fonseca dissolveu o Congresso e limitou a liberdade de imprensa.
- Após sua renúncia, em 1891, seu vice, Floriano Peixoto, deveria chamar eleições (de acordo com a nova Constituição), mas não o fez. Diante dos protestos, ele instituiu o estado de sítio em 1892 e encarcerou os manifestantes. Teve o redundante apelido de “Marechal de Ferro” e governou até 1894.
- No 2º Governo Vargas (1950-54), seu projeto trabalhista teve que enfrentar o conservadorismo da UDN e de setores militares. Primeiro houve um pedido de impeachment, derrotado no Congresso, porém Getúlio perdia apoio no Exército, cada vez mais conservador. Em agosto de 1954, 27 generais do Exército lançam um manifesto exigindo sua renúncia (entre eles já estava Castelo Branco, o primeiro presidente após o golpe de 64). Um dia depois, Getúlio se suicida.
- Após a posse de Juscelino Kubitschek, em 1955, a oposição da UDN e das alas militares também clamavam de novo por um golpe (JK era identificado com o getulismo, tido pelos setores da direita radical como comunista). Durante o governo JK, houve pequenas sublevações e revoltas nos quarteis contra seu governo. Um grande aliado de JK foi o Marechal Henrique Teixeira Lott, que também foi um dos “legalistas” a defender a posse de João Goulart.
- Em 1961 os militares deram um breve golpe para impedir a posse de João Goulart, vice de Jânio Quadros (que havia renunciado). Brizola, governador do Rio Grande do Sul, liderou uma campanha pela posse do vice, com transmissões no rádio e grandes manifestações populares. As forças armadas se dividiram. Entre os militares legalistas (a favor da posse e da Constituição), esteve Teixeira Lott e o comandante do 3º Exército, José Machado Lopes, que aderiu à resistência no Sul com seus 40 mil soldados e foi fundamental para a derrota dos golpistas.
- Depois de tomar posse, Jango manteve os altos oficiais que participaram da tentativa de golpe, como forma de apaziguar a situação. Esses altos oficiais foram retirando os militares legalistas dos postos de poder. Estava preparado o terreno para o sucesso do golpe civil-militar de 64...
- Dos 132 anos da república brasileira, apenas 50 foram de experiências democráticas. Mesmo assim, o voto universal mesmo só ocorreu com a constituição de 1988, quando foram incluídos nesse direito pessoas indígenas e analfabetas.
- Em 1984, o General Lott foi enterrado sem honras militares porque se opôs ao golpe de 64. Em 1969 sua filha teve o mandato de deputada estadual cassado e em 71 foi assassinada.