Muita história ele tinha pra contar
Uma homenagem a Filipe Raslan
Foi ele quem me apresentou, num livreto de cordel, à história lindíssima do "Pavão Misterioso", de José Carmelo de Melo Rezende - tema também da música de Ednardo nos anos 70. Fez comidas pra mim durante a gravidez, inclusive um inesquecível "frango à borboleta". Aliás, não duvido de que metade dos ativistas de BH já tenha provado sua comida, preparada sempre com adoração, nas tantas atividades políticas e financeiras da cidade.
Filipe conheceu todas as minhas casas, me formou, foi meu amigo e meu crítico. Já o vi e ouvi chorar ao telefone. Discutimos, brigamos, rimos e fizemos bagunça, porque ele foi muito bagunceiro e alegre. Sei que ele batalhou muito até o final, por tudo o que acreditava, pelo amor, pelo ser humano.
Da última vez que o vi foi num momento difícil, numa reunião. Ele estava mais sério e preocupado do que o normal, e só uma vez deu aquele riso de menino tão seu. Eu fui embora sem aproveitar mais tempo com ele. A gente jovem pensa que sempre vai poder se ver de novo, que tem um futuro todo ainda pra se encontrar... ah se a gente pudesse saber...
Por todo os sistema que Filipe combatia, sigo por ele cantando "...eles são muitos mas não podem voar..."
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